sábado, 8 de setembro de 2018

Perda de sono pode levar a ganho de peso?

Um sono ruim pode nos tornar mais propensos a comer mais e a ganhar peso, apontam os resultados preliminares de uma pesquisa.

Cientistas suecos dizem que uma qualidade de sono ruim e menos horas na cama podem estimular a produção de um hormônio que nos faz sentir fome.

Eles dizem que isso pode afetar a forma como o organismo gera energia a partir do alimento.

Vida moderna

Um número crescente de pessoas está apresentando problemas de sono em nosso mundo moderno, que funciona 24 horas por dia e sete dias por semana. Diversos estudos têm focado em como a perda de sono pode afetar a capacidade do organismo de metabolizar energia.

O pesquisador Christian Benedict, da Uppsala University, que liderou o estudo, disse que a causa subjacente do aumento do risco de obesidade pelo distúrbio do sono ainda não está clara, embora acredita-se que ela possa ser causada por mudanças em apetite, metabolismo, motivação, atividade física, ou uma combinação de vários fatores.

Ele e seu grupo realizaram diversos estudos sobre o efeito da perda do sono no metabolismo energético. "Com o prejuízo do sono, homens de peso normal preferem alimentos em grandes porções, buscam por mais calorias, exibem sinais de impulsividade relacionada a alimentos, sentem mais prazer com a comida, e gastam menos energia", disse ele.

Hormônios famintos

Os últimos achados, apresentados no European Congress of Endocrinology,em Lisboa, sugerem que a perda do sono favorece os hormônios que nos fazem sentir fome.

"Nossos estudos também indicam que a perda do sono altera o equilíbrio de hormônios que promovem a saciedade, como o peptídeo 1 semelhante ao glucagon intestinal, e aqueles que promovem a fome, como o hormônio estomacal grelina", disse Benedict.

A restrição do sono também aumenta os níveis de endocanabinoides, que também estão associados ao apetite, sugerem os achados.

Os pesquisadores dizem que a perda do sono também afeta o equilíbrio das bactérias intestinais, o que tem sido amplamente implicado como um fator-chave para a manutenção do processamento de alimentos em energia pelo organismo.
Outros fatores de saúde

De acordo com Benedict: "Meus estudos sugerem que o sono representa um pilar importante da saúde metabólica, incluindo a manutenção do peso."

"No entanto, é preciso ter em mente que nossa saúde depende da relação de uma variedade de fatores modificáveis (por exemplo, exercício, dieta, avaliações regulares de saúde) e de fatores não modificáveis (por exemplo, os genes), e não apenas do sono. Em outras palavras, dormir cerca de sete horas, como recomendado pelos especialistas, não irá beneficiar sua saúde se seu estilo de vida é inadequado em outros aspectos".
Os resultados do estudo devem ser tratados com cautela, uma vez que ainda precisam ser publicados em um periódico revisado por pares.

Nota de Esclarecimento da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Colesterol e consumo de gorduras

Nota de Esclarecimento da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Considerando informações infundadas divulgadas nas últimas semanas que contrariam o conhecimento científico atual sobre o papel de algumas gorduras na saúde cardiovascular, o Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo comunicam oficialmente que:

1-Não há dúvidas sobre o papel do colesterol sanguíneo como fator de risco independente para doenças cardiovasculares, fato comprovado por estudos experimentais, epidemiológicos, genéticos e de intervenção. O adequado controle do colesterol é recomendado por diretrizes nacionais e internacionais de sociedades médicas, de nutrição, órgãos governamentais e a Organização Mundial da Saúde.
2-A dieta influencia nos valores do colesterol do sangue, sendo que a alimentação adequada faz parte de qualquer estratégia de prevenção das doenças cardiovasculares.
3-Padrões nutricionais em que há baixo consumo de açúcar, ausência de gorduras trans, baixo consumo de gorduras saturadas, consumo adequado de gorduras mono e polinsaturadas, grãos integrais, fibras, frutas, hortaliças e adequado consumo de sódio associam-se em estudos epidemiológicos e de intervenção com diminuição do risco de problemas cardiovasculares como infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais.
4-Alimentos que aumentam as concentrações do colesterol no sangue devem ser consumidos com parcimônia visando a prevenção da doença cardiovascular.
5-Até o momento não há evidência científica robusta que justifique a mudança nas recomendações vigentes sendo que enfatiza-se o consumo de quantidades adequadas de óleos de soja, canola e oliva para manutenção adequada dos valores do colesterol do sangue. Não se recomenda o consumo rotineiro da gordura do coco para prevenção da obesidade ou das doenças cardiovasculares.
6-À medida em que novas evidências de boa qualidade científica forem produzidas, as recomendações podem ser modificadas.

Dr. José Rocha Faria Neto
Presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Dr. Francisco Antonio Helfenstein Fonseca
Presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

Gastrofísica - Você ainda ouvirá falar dela




Ultimamente alguns profissionais da área da saúde, em especial nutrólogos e endocrinologistas estão sendo questionados por pacientes sobre conceitos de Gastrofísica.

Amada ou odiada, a gastronomia molecular tem sido um dos mais influentes movimentos alimentares da última década. Mas, como o conceito está um pouco gasto, uma nova abordagem científica (com um nome novo misturando comida e ciência) vem ganhando força: a Gastrofísica. 

O conceito de gastrofísica foi criado pelo professor de psicologia experimental da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Prof. Dr. Charles Spence, no seu livro “Gastrophysics: The New Science of Eating by Charles Spence“. 


No livro ele defende a teoria de que se sentir satisfeito após uma refeição tem muito mais a ver com a sua mente, do que com o que está no prato. A gastrofísica estuda os fatores que influenciam as escolhas alimentares. Não só por que gostamos de comer carne de gado e não insetos, mas também as razões que nos levam a pagar mais por um prato ou uma garrafa de vinho. 

Spence aponta que somos bem suscetíveis a fatores em nada relacionados ao sabor. A nossa percepção do sabor pode mudar de acordo com vários fatores. O aroma e a nossa total apreciação da comida são influenciados por todos os sentidos (sim, até mesmo pela audição), da mesma forma que o nosso humor e expectativas.

Spence e seus gastrofísicos contemporâneos, que trabalham em áreas que vão da psicologia, da neurociência e das ciências sensoriais ao marketing, à economia comportamental e ao design – não falam sobre o “gosto de” uma refeição. Em vez disso, dizem o “sabor de”, porque sabem que o gosto, que tecnicamente só acontece na língua, é uma parte insignificante do efeito global.

Grande parte dos achados de Spence e de seus colegas fazem sentido instintivo, como o que revela que a comida colocada no prato de forma bagunçada não terá o gosto tão bom como aquela organizada perfeitamente ou artisticamente. 

E que grande parte desse corpo de conhecimentos foi usado pela Grande Indústria para manipular os consumidores desde a década de 1930, quando os fabricantes da 7-Up já sabiam que quanto mais amarela a lata, mais cítrico o sabor da bebida.  Ou que quanto mais arredondado (o produto ou o seu logotipo) mais doce ou quanto mais pontudo mais amargo.

A luz ambiente, por exemplo, pode alterar o julgamento sobre o gosto do vinho. Talheres pesados fazem a comida parecer mais gostosa. A consequência direta é que, ao se manipular fatores assim, é possível levar alguém a achar que insetos são gostosos. 

E esse não é um exemplo fictício: a equipe de Spence está de fato trabalhando na percepção humana sobre o sabor dos artrópodes. No futuro, diante de um cenário em que animais como frangos e porcos seriam insuficientes, o consumo dos bichinhos nojentos pode ser necessário. “Há indícios de que precisaremos seguir rumo a uma dieta em que eles sejam importantes fontes de proteínas”, disse Spence ao site da Revista GOSTO, após voltar de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde realizou uma série de jantares.

Uma das conclusões é que o ângulo de posicionamento da comida no prato pode levar os clientes a gostar mais dele e, consequentemente, pagar um valor maior.

No seu livro The Perfect Meal: The Multisensory Science of Food and Dining (ainda sem título em Português) lançado no ano passado, ele dá algumas dicas:

1. Quem janta sozinho come menos. A gente ingere 35% mais alimentos com a companhia de uma pessoa e 75% com três pessoas ou mais. A variedade também incentiva a comer demais. Uma bacia de M&Ms multicoloridos vai terminar mais rápido do que uma tigela com os mesmos doces, mas de uma cor só.

2. A cor é mais importante que o gosto. Num teste com enólogos, Spence serviu um vinho branco tingido de vermelho e colocou ambos – original e o alterado – para degustação. Resultado: a percepção sobre cada vinho mudou completamente, apesar de se tratar de exatamente a mesma bebida. Analisaram também a influência da cor do prato sobre o consumo de alimentos. Ocorre que pratos vermelhos são um meio de reduzir a ingestão de alimentos. O fato parece estar relacionado ao menor contraste entre a comida e o prato. Também foi demonstrado que a iluminação azul desencoraja excessos alimentares. Você pode argumentar que essas estratégias são semelhantes às que cobrem a sua comida com quantidades intragáveis ​​de sal. Quem quer um prato cheio de comida sem gosto?

3. Comida cara tem gosto melhor. Os gastrofísicos gostam do artifício e têm demonstrado que, se pagamos mais por um vinho, vamos achá-lo mais saboroso. O peso também implica qualidade. Se nos são dados talheres pesados, vamos gostar mais do alimento (por exemplo, um iogurte será percebido como sendo mais cremoso), pensaremos ser de qualidade superior e estaremos mais dispostos a pagar mais por ele. Mesmo o som ambiente em restaurantes pode elevar a conta: música clássica faz com que os comensais escolham as opções mais caras do menu, enquanto a música alta aumenta as vendas de refrigerantes.

4. Segure o prato nas mãos. Aqui vai uma curiosidade sobre seu cérebro: ele não faz uma distinção entre o peso do alimento e o da louça que você está usando na hora de comer. O que isso significa? Que ao segurar o prato em suas mãos, sua mente entende que a refeição que você está prestes a fazer é substancialmente mais pesada. Aí, ela assume, por conta própria, que você está consumindo uma quantidade maior de alimento – mesmo que a realidade não seja exatamente essa.

5. Concentre-se na comida. Algo já dito pelo pessoal que estuda Mindful eating (Download gratuito do meu Ebook sobre o temaMindful eating - Comer consciente). 
Quanto mais você se envolver com sua refeição, mais satisfeito fica. “Usar o tato, a visão, o olfato, o paladar e a audição na hora de comer faz com que você sinta menos fome com o passar das horas”, confirma Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. É que nosso cérebro só decide que está na hora de parar de comer depois que teve tempo de aproveitar todas essas sensações.

6. Chame a sobremesa de doce. A dica pode soar um pouco estranha, mas Spence jura que funciona. Não custa tentar: em vez de saborear aquele pedaço de torta de maçã, experimente apreciar a torta “doce” de maçã. Quando a sobremesa recebe a nomenclatura, sua mente acaba sentindo como se estivesse trapaceando na dieta e acionando aquele famoso sistema de recompensa.

7. Imagine-se comendo o que quiser. Só o ato de pensar em devorar aquele bolo de chocolate já é suficiente para matar a vontade. “Comer mentalmente é uma das melhores estratégias para evitar a compulsão”, conta Zilli. E a tática também tem um efeito positivo no longo prazo: quanto mais você visualizar o prato sendo devorado, menos vontade você sentirá de realmente consumi-lo.

8. Aperte o play. Ouvir música durante a refeição pode ajudá-la a comer com mais calma. “Mas isso só vale para canções tranquilas e suaves, como as clássicas, que relaxam o organismo”, diz o especialista. Então, enquanto estiver sentada à mesa, evite as faixas agitadas: elas estimulam uma mastigação mais rápida, o que aumenta a quantidade de alimentos que você acaba ingerindo em uma só sentada.

9. Filme ou programas tristes te fazem comer mais. O professor Brian Wansink da Cornell Brand and Food Lab é um dos gastrofísicos famosos. Assistindo a filmes tristes, sua equipe recentemente percebeu o drástico aumento do descontrole alimentar. Espectadores assistindo filmes tristes mastigam 55% mais pipoca do que aqueles que assistem Comédias. Da mesma forma, comer na frente da TV é uma má ideia, porque você simplesmente não percebe seu corpo lhe informar que está cheio.

10. Quem decide ganha. Se você costuma sentir que fez a escolha errada em um restaurante, então saiba que: quem escolhe primeiro tende a gostar mais da comida ou da bebida. Os que escolhem depois tendem instintivamente a rejeitar o que já foi escolhido (fenômeno psicológico chamado de “necessidade de unicidade”) e acabam optando por algo que normalmente não escolheriam.

Fontes:
  • https://www.theguardian.com/commentisfree/2015/jun/03/change-way-you-eat-gastrophysics-mealtimes
  • https://www.portalgosto.com.br/chales-spence-gastrofisica/
  • https://pogatec.com.br/5-dicas-da-gastrofisica-para-perder-peso

Exercícios podem apresentar benefícios queda da cognição leve

Para os pacientes com declínio cognitivo leve (DCL), o exercício regular provavelmente melhorará o funcionamento cognitivo, conclui uma diretriz atualizada da American Academy of Neurology (AAN).

"É animador que o exercício possa ajudar a melhorar a memória nesta fase, porque é uma medida que a maioria das pessoas pode tomar e, claro, tem benefícios gerais para a saúde", disse em um comunicado o autor principal Dr. Ronald C. Petersen, da Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota.

A nova diretriz afirma que o treinamento cognitivo pode melhorar as medidas cognitivas, mas não há evidências de alta qualidade para embasar tratamentos farmacológicos para aliviar os sintomas do DCL.

A nova diretriz da AAN no DCL, que é aprovada pela Alzheimer's Association, foi publicada on-line em 27 de dezembro na Neurology. Ela atualiza a diretriz da AAN de 2001 sobre DCL.

Para atualizar a diretriz de declínio cognitivo leve, o Dr. Peterson e o grupo responsável pela diretriz revisaram sistematicamente os últimos artigos publicados sobre prevalência, prognóstico e tratamento do DCL.

Os dados mostram que a prevalência de DCL aumenta com a idade, com 6,7% entre 60 e 64 anos, 8,4% entre 65 e 69 anos, 10,1% entre 70 e 74 anos, 14,8% entre 75 e 79 anos e 25,2% entre 80 e 84 anos. Os dados também sugerem que a incidência para o desenvolvimento da demência é de 14,9% em indivíduos com declínio cognitivo leve com idade superior a 65 anos, acompanhados por dois anos.

A diretriz recomenda que os pacientes com DCL se exercitem regularmente como parte de uma abordagem geral para tratamento dos sintomas. Embora estudos de longo prazo não tenham sido realizados, estudos com duração de seis meses sugerem que exercícios duas vezes por semana podem melhorar a memória.

Atualmente, não há medicamentos aprovados pela US Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento do declínio cognitivo leve, e atualmente não há estudos de longo prazo de alta qualidade sugerindo que medicamentos ou alterações na dieta podem melhorar o funcionamento cognitivo em pacientes com DCL, afirma a diretriz.

Quanto ao treinamento cognitivo, há evidências "insuficientes" para apoiar ou refutar o uso de qualquer estratégia de intervenção cognitiva individual para o DCL, afirma a diretriz. Há "evidência fraca" de que o treinamento cognitivo pode ser benéfico na melhoria das medidas da função cognitiva, e os médicos podem recomendar treinamento cognitivo para pacientes com DCL, diz a AAN em um comunicado de imprensa.

A diretriz atualizada de DCL também orienta os clínicos a:

Pesquisar declínio cognitivo leve usando instrumentos validados em cenários apropriados (nível B);

Avaliar pacientes com DCL para fatores de risco modificáveis, avaliar declínio funcional e avaliar e tratar sintomas comportamentais e neuropsiquiátricos (nível B);

Monitorar status cognitivo de pacientes com DCL ao longo do tempo (nível B);

Interromper medicações que prejudiquem a cognição quando possível, e tratar sintomas comportamentais (nível B);

Considerar não oferecer inibidores de colinesterase (nível B) e, se for oferecer, discutir inicialmente a falta de evidência (nível A);

Recomendar a prática regular de exercícios (nível B);

Considerar recomendar treinamento cognitivo (nível C);

Discutir diagnóstico, prognóstico, planejamento de longo prazo, e a ausência de opções efetivas de medicamento (nível B); e

Considerar discutir pesquisa de biomarcadores com os pacientes com DCL e famílias (nível C).

O desenvolvimento da diretriz foi financiado pela American Academy of Neurology. Declarações completas para o painel das diretrizes estão listadas no artigo original.

Artigo original: Practice guideline update summary: Mild cognitive impairment
Ronald C. Petersen, Oscar Lopez, Melissa J. Armstrong, Thomas S.D. Getchius, Mary Ganguli, David Gloss, Gary S. Gronseth, Daniel Marson, Tamara Pringsheim, Gregory S. Day, Mark Sager, James Stevens, Alexander Rae-Grant
Neurology Dec 2017, 10.1212/WNL.0000000000004826; DOI: 10.1212/WNL.0000000000004826

Microbioma intestinal e o desenvolvimento cognitivo infantil: o que dizem as evidências

Adoro esse tema e ele me faz rir, já que há pouco tempo atrás muitos profissionais que falavam sobrem microbioma eram ridicularizados. Talvez seja uma das áreas dentro da Nutrição com mais estudos sendo publicado.

Estudos realizados com roedores indicam que os microrganismos que habitam o intestino influenciam o desenvolvimento neurológico. Um novo artigo publicado na revista Biological Psychiatry investigou essa associação em bebês.

Para esse estudo, o primeiro feito com humanos, pesquisadores testaram se a composição microbiana está associada a desfechos cognitivos usando as Escalas de Aprendizagem Precoce de Mullen ao 1 ano de idade, e a volumes cerebrais reduzidos usando ressonância magnética estrutural aos 1 e 2 anos de idade. Foram coletadas 89 amostras fecais de 89 bebês de 1 ano.

A análise identificou três grupos de lactentes definidos por sua composição bacteriana; os escores de Mullen aos 2 anos diferiram significativamente entre eles. Uma maior diversidade alfa foi associada a menores escores na escala geral, na de recepção visual e na de linguagem expressiva aos 2 anos.

As análises de neuroimagens, feitas com ressonância magnética estrutural, mostraram efeitos mínimos do microbioma intestinal nos volumes cerebrais aos 1 e 2 anos.

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que o microbioma intestinal pode influenciar o desenvolvimento cognitivo infantil. Mais estudos em humanos devem ser realizado para confirmar e entender esses resultados.

Artigo original: Infant Gut Microbiome Associated With Cognitive Development. Alexander L. Carlson, Kai Xia, M. Andrea Azcarate-Peril, Barbara D. Goldman, Mihye Ahn, Martin A. Styner, Amanda L. Thompson, Xiujuan Geng, John H. Gilmore, Rebecca C. Knickmeyer. Biol Psychiatry. 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.biopsych.2017.06.021





Privação de sono e sua relação com a sensibilidade à insulina

Ficar sem dormir pode aumentar o risco de adoecimento e morte. Um novo estudo investigou a diminuição da sensibilidade à insulina observada após a restrição do sono e se ela é acompanhada por mudanças na expressão de proteína-quinase B (PKB) no músculo esquelético.

Dez jovens saudáveis participaram desse estudo randomizado, que submeteu os indivíduos a duas etapas: duas noites de sono habitual e duas noites de sono restrito a 50% da duração habitual no ambiente doméstico. A tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina foram avaliadas por um teste oral após a segunda noite de cada etapa. Amostras de tecido muscular esquelético foram obtidas para determinar a atividade PKB.

Os achados mostraram uma diminuição da sensibilidade à insulina em homens jovens saudáveis após apenas duas noites de privação de sono (p = 0,013), aumentando as chances de diabetes. Alterações na atividade PKB no músculo esquelético observadas foram inconclusivas. Para os autores, mais estudos devem ser realizados para examinar quaisquer mudanças potenciais.

Você sabia? ‘60% dos brasileiros dormem entre 4 e 6 horas por dia’

Artigo original: Skeletal muscle insulin signaling and whole-body glucose metabolism following acute sleep restriction in healthy males. Physiol Rep, 5 (23), 2017, e13498 || https://doi.org/10.14814/phy2.13498

“Não ganho massa muscular ou estou com a libido bem baixa – posso repor testosterona?”

É crescente o número de mulheres em nossos consultórios se queixando da dificuldade em ganhar massa muscular ou com diminuição da libido e culpam a falta de testosterona por esses problemas.
Muitas vezes, chegam na consulta solicitando a dosagem da testosterona ou já com o resultado em mãos demonstrando nível baixo ou indetectável, e, nesses casos, querem discutir como será feita a reposição do hormônio (gel, implante subcutâneo ou injetável).
O que essas pacientes precisam saber é que vários fatores podem estar associados a essas queixas, como: genética, alimentação, atividade física, sono, medicações, doenças associadas, estresse…
Além disso, o método atual de dosagem de testosterona é destinado para homens, pois eles possuem níveis 3-10x maiores que o das mulheres. Por isso, em mulheres, a testosterona baixa não é confiável e só é recomendada a sua dosagem em casos suspeitos de excesso desse hormônio (exemplo Síndrome dos Ovários Policísticos – SOP).
Devemos alertar que reposição de testosterona pode acarretar sérios riscos à saúde (irreversíveis ou não): acne; excesso de pelos (hirsurtismo); queda de cabelo; engrossamento da voz; aumento do clitóris; dislipidemia; aumento da gordura visceral; aumento do risco de hipertensão arterial, diabetes e câncer (mama e endométrio).
Os consensos das sociedades Americana e Europeia de endocrinologia se posicionam contrários à dosagem rotineira de testosterona em mulheres e contra-indicam o uso de testosterona com finalidades estéticas.
Por isso, não arrisque sua saúde com tratamentos não aprovados e comprometedores. A avaliação do endocrinologista é importante na busca de patologias que possam estar agravando suas queixas, assim como orientar para uma qualidade de vida adequada.
Autora: Dra. Taciana Borges, Endocrinologista, CRM 16820

Perda de sono pode levar a ganho de peso?

Um sono ruim pode nos tornar mais propensos a comer mais e a ganhar peso, apontam os resultados preliminares de uma pesquisa. Cientista...